DUFF — por Lia Moretti Albuquerque

No limite entre o real e o simbólico, DUFF captura o instante exato em que o tempo se desfaz —
quando o líquido escapa,
quando o momento transborda,
quando nada pode ser segurado pelas mãos.

Um pequeno barril, virado de cabeça para baixo, derrama sua essência como um rio suspenso no ar.
O fluxo metálico, congelado no instante da queda, se expande e ganha volume enquanto desce, criando uma forma impossível:
um derramamento sólido, uma queda que não termina.

Forjada inteiramente em aço carbono escurecido e polido à mão, a obra transforma algo cotidiano — a cerveja escorrendo — em símbolo de excesso, liberdade e abandono. O barril não apenas derrama:
ele se entrega.

O líquido, moldado em camadas crescentes, forma uma escultura que desafia a lógica física.
É peso e fluidez.
É movimento e permanência.
É um brinde ao caos, à euforia e aos instantes que se perdem — mas que deixam marca.

DUFF é a celebração do momento que escapa, transformado em monumento.

Uma obra que não representa a bebida,
mas o que ela desperta.

Material:

Aço carbono escurecido, polido manualmente

Dimensões:

26 × 18 × 20 cm

Uma peça que não se bebe —
se eterniza.